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Segunda-Feira 19 de Dezembro 2005
O trio infame formado pela UE, os EEUU e o Pascal Lamy exigiram que os países em desenvolvimento aceitassem uma Declaração Ministerial, fechando mais um pouco as portas do desenvolvimento para os países do Sul.
Depois de 6 dias de negociação, a última jornada da Conferência Ministerial de Hong Kong acabou com a adoção de uma declaração problemática, que não reflete o que muitos países em desenvolvimento pediram durante 5 dias. As resistências de países como os do G90, Venezuela ou Cuba, foram sistematicamente negados por parte do mundo desenvolvido. Venezuela e Cuba consegiram uma reserva sobre a AMNA ou os serviços durante a última plenária. O estatudo legal ficou incerto.
“Essa declaração é uma receita pra um desastre, e vários países em desenvolvimento não vão poder convencer as populacões que fizeram um bom acordo. As intenções da última reunião do G20, dirigida pelo Brasileiro Celso Amorin e o Indiano Kamal Nath, complementando o outro, escondendo o fato de que concordaram com um desastre”, explicou o doutor Walden Bello, do Focus on the Global South.
Aceitando baixar as tarifas na agricultura, nos serviços e nos produtos industriais, os países em desenvolvimento assinaram uma derrota para o desenvolvimento, e uma vitória para a globalisação corporativista.
Sobre os subsidios às exportações, a CE ganha o primeiro preço, sem mudar nada. Uma proporção larga dos subsidios da UE vão para as exportações, sem estar classificada como tal. A maioria cai na « Caixa Verde »,bom para os olhos da OMC, que não foi revista durante a presente negociação.
« O G20 vendeu os países em desenvolvimento. Eles sabem perfeitamente que terá um corte real dos subsidios domésticos ou às exportações americanas ou européias com essa declaração. E apenas um exercício de mudança de caixa, e os subsidios europeus vão tomar uma outra forma, para voltar aos 55 biliões de euros por ano », continiou a Aileen Wah, do Focus on the Global South.
« A Índia e o Brasil lidaram com os países em desenvolvimento por trás, em troca de um acesso aos mercados agricolas (Brasil) e dos serviços (Índia). »
Mesmo com aquele pacote vasio, o mundo em desenvolvimento foi forcado à agradecer um acesso agressivo no seu Mercado dos serviços. Adeclaração precisa do lancamento de negociações setoriais, que vão exigir aos países à dar os investidores estrangeiros os mesmos direitos que os fornecedores locais, impedindo a capacidade deles de desenvolver o próprio setor. O G90, com a Venezuela e Cuba, lutaram corajosamente para manter a flexibilidade do AGCS, mas foram impostos à um Brasil e à uma India ligadas à UE e aos EUA.
“ Esta claro, mais uma vez, que a OMC não é capaz de subordinar os objetivos de acesso ao mercado e de liberalisação do comércio aos verdadeiros problemas do desenvolvimento”, concluiu Walden Bello.
Enquando a notícia da adopção da Declaração Ministerial chegou nas ruas, onde grupos de agricultores estavam esperando, nasceu a vontade de continuar a luta nos países de cada um.
« O todo mundo em desenvolvimento guarda uma data irreal para acabar com os subsídios, em troca de um péssimo acordo sobre o restante – agricultura, industria e serviços.”
Para mais informações ou entrevista com o Walden Bello ou a Aileen Wah, contactar o Brett Solomon, + 852 6497 2675.
Tradução : Grégoire van Havre